- Para Kant a moral é fundamentada na razão e as leis morais devem se aplicar a todo ser racional. Por este motivo elas são UNIVERSAIS, isto é, são conjuntos de regras aplicadas à todos os seres humanos capazes de utilizar a razão.
- Deste modo, a moral não se aplica a seres incapazes de fazer escolhas racionais (crianças, pessoas com dificuldades mentais, etc.). Os demais animais que não são racionais, como macacos ou cães, podem se comportar mal, mas nunca são imorais.
- Segundo Kant, os seres capazes de fazer escolhas racionais fazem escolhas e agem com base em máximas (princípios pessoais que corporificam nossas razões para fazer algo).
- Dado que uma lei moral deve ser universal e que nossas ações se baseiam em máximas, uma máxima moralmente válida deve ser aquela que todos possam praticar. Por exemplo: podemos criar uma regra segundo a qual devemos respeitar as pessoas mais velhas, mas não podemos criar uma lei universal que obrigue a todos a ajudar as pessoas mais velhas a atravessar a rua, pois há pessoas que se locomovem com cadeira de rodas ou muletas e não poderiam cumprir tal lei. (OK! Poderia ser criada uma lei que obrigasse as pessoas capazes de ajudar, mas aí já não seria universal pois deixaria de fora muitos seres humanos.)
- Para tornar nossas máximas em leis universais devemos passá-las pelo teste do imperativo categótico que é composto de duas partes:
1) "Age somente segundo uma máxima tal que possas querer, ao mesmo tempo, ver transformada em lei universal"
- Trata-se daquilo que é possível escolher levando em consideração as possíveis limitações dos indivíduos, pois escolher uma maneira de agir que não possa ser adotada por todos é, ao mesmo tempo, imoral e irracional e por isso deve ser rejeitada.
- O exemplo dado acima, de respeitar os mais velhos, pode ser uma ação adotada por todos e por isso passa nesta primeira parte do teste. Já o exemplo que diz que devemos ajudar as pessoas a atravessar a rua não passa nessa primeira parte pelos motivos acima descritos.
2) "Age de tal modo que sempre trates a humanidade, seja na tua própria pessoa ou na de qualquer outro, nunca simplesmente como um meio, mas sempre como também um fim"
- A capacidade de fazer escolhas livres e racionais dá dignidade aos seres humanos e essa dignidade deve ser preservada tratando a humanidade como um fim em si mesma. Tratar a humanidade como um meio é tratar a pessoa de um modo que menospreza seu poder de fazer uma escolha racional. Coagir ou mentir para alguém podem ser exemplos de menosprezo a humanidade, pois ao atuar desta forma não permitimos as pessoas que ela façam uma escolha bem fundamentada.
- O exemplo de respeitar os mais velhos passa por este teste também, pois não despreza a capacidade de raciocínio dos seres humanos e por isso não trata a humanidade como um meio.
ATIVIDADE:
Descreva uma ação do seu dia-a-dia que você considere candidata à lei moral e aplique o teste do imperativo categórico para confirmá-la ou refutá-la.